Pesquisa
Destacamos a participação junto ao PET de três principais projetos, nos quais seus professores coordenadores propõem a participação de alunos do grupo PET:
1. DOENÇAS NEGLIGENCIADAS: Doenças negligenciadas são enfermidades que não só prevalecem em condições de pobreza, mas também contribuem para a manutenção do quadro de desigualdade, já que representam forte entrave ao desenvolvimento dos países. Como exemplos de doenças negligenciadas, podemos citar: dengue, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, leishmaniose, malária, tuberculose, entre outras. Embora exista financiamento para pesquisas relacionadas às doenças negligenciadas, o conhecimento produzido ainda não se reverte em avanços terapêuticos, como, por exemplo, novos fármacos, métodos diagnósticos e vacinas. Com o intuito de fortalecer e qualificar ações em temas de pesquisa considerados prioritários para o SUS, o Ministério da Saúde tem investido na organização de redes de pesquisa eficazes para a indução ao desenvolvimento de uma dada área de pesquisa, bem como para o fortalecimento da capacidade instalada nas instituições de pesquisa integrantes. Desta maneira o Campus Centro-Oeste (CCO), tem atuado ativamente na sua consolidação educacional e de pesquisa auxiliando no combate a doenças negligenciadas visando seu alvo final a sociedade O CCO, participa da Rede Malária através do Laboratório de Bioquímica de Parasitos, atuando no desenvolvimento de fármacos com ação antimalárica.
Coordena este projeto o Prof. Dr. Fernando Pilla Varott. É válido destacar que outros professores e Laboratórios do curso de Bioquímica do CCO trabalham em conjunto com o Laboratório de Bioquímica de Parasitos credenciado na Rede Malária, sendo estes: Laboratório de Síntese Orgânica (Prof. Dr. José Augusto Perez Villar e Prof. Dr. Gustavo Henrique Viana), Laboratório de Bioquímica Celular (Profa. Dra. Hérica de Lima Santos e Prof. Dr. Leandro Augusto de Oliveira Barbosa) e Laboratório de Biologia Molecular (Profa. Dra. Débora de Oliveira Lopes).
2. PAPEL DOS GENES E FATORES AMBIENTAIS SOBRE A SAÚDE HUMANA: A exposição humana aos mais variados componentes ambientais representa, em muitos aspectos, um risco concreto ao qual estamos constantemente sujeitos. O ar que respiramos, a água e os alimentos que consumimos, apresenta algum tipo de agente capaz de induzir danos no DNA e, conseqüentemente, representam um risco à saúde. As mutações vêm sendo diretamente correlacionadas com o desenvolvimento de doenças degenerativas, dentre elas o câncer. A região de Divinópolis é reconhecida pela baixa qualidade do ar, especialmente na estação seca, em função da existência de várias indústrias da área metalúrgica. Nesse contexto, considerando a formação multidisciplinar característica dos graduandos em Bioquímica, o envolvimento desses discentes numa atividade que vise fazer um levantamento dos níveis de contaminação do ar e estabelecer uma correlação dessa situação com a incidência de doenças respiratórias agudas e com riscos de doenças crônicas é de grande interesse e relevância.
As atividades discentes nesse aspecto se darão no sentido de fazer um levantamento das indústrias metalúrgicas em atividade na cidade de Divinópolis, buscando identificar, junto a essas empresas e à secretaria municipal de meio ambiente, os tipos de poluentes gerados. Complementarmente, os discentes envolvidos farão um levantamento, junto aos hospitais públicos de Divinópolis, da incidência de doenças respiratórias, buscando-se fazer uma correlação dos dados da qualidade do ar com a estação do ano. Nesse ponto, haverá uma interação com alunos dos cursos de enfermagem e medicina, que poderão ajudar nessa coleta de dados. Concomitantemente a essas atividades, os alunos do curso de Bioquímica envolvidos no PET participarão de atividades de leitura e discussão de artigos científicos recentes sobre os riscos de contaminantes do ar na indução de danos ao DNA. Com base nessas informações, os mesmos desenvolverão materiais de conscientização dos riscos da contaminação ambiental (especialmente do ar), com informações sobre formas de minimizar os efeitos da baixa qualidade do ar bem como com informações educativas sobre maneiras da população ajudar na redução dessa poluição, como por exemplo, reduzindo a indução de queimadas.
Coordenam este projeto os Professores: Prof. Dr. Fabio Vieira dos Santos - Laboratório de Biologia Celular e Profa. Vanessa Jaqueline da Silva Vieira dos Santos.
3. QUALIDADE E MONITORAMENTO AMBIENTAL: A indústria têxtil, juntamente com a de celulose e alimentícia fazem parte das principais fontes de disseminação de corantes em efluentes. Estudos recentes mostram que produtos de degradação dos corantes podem conter substâncias altamente tóxicas principalmente para o homem. Essas substâncias podem ser geradas naturalmente ou induzidas por condições empregadas nos tratamentos dos efluentes. Entre os efeitos toxicológicos de corantes sintéticos à saúde humana, encontram-se desde simples urticárias e alergias respiratórias até alterações carcinogênicas e mutagênicas. Dentro deste contexto, é necessário o desenvolvimento de novas técnicas de tratamento de efluentes capazes de efetiva remoção desses produtos para que não haja contaminação dos mananciais e da água distribuída à população. Divinópolis é uma cidade de cerca de 250.000 habitantes, situada no centro-oeste do estado de Minas Gerais, cuja principal economia envolve indústrias têxteis e siderúrgicas. Atualmente, 100% do esgoto doméstico e praticamente todos os efluentes das indústrias têxteis da região são jogados no rio Itapecerica comprometendo a qualidade do mesmo. Diante destas informações e pensando no papel do bioquímico, como profissional capacitado em desenvolver funções estratégicas relacionadas a área de biotecnologia, saúde humana e ciências ambientais, este projeto tem como objetivo introduzir alunos do curso de Bioquímica para solucionarem os problemas advindos da indústria têxtil, atuando de forma a abranger ensino, pesquisa e extensão. Neste projeto, o efluente gerado por uma indústria têxtil da região, será monitorado para verificar o número de corantes utilizados, bem como a qualidade do efluente gerado pela empresa. Para potencializar a degradação dos corantes utilizados, serão realizadas reações de degradação utilizando os processos oxidativos avançados, que compreendem uma série de tecnologia que tem em comum a participação de radicais livres, especialmente o radical hidroxila, capazes de promover rapidamente a degradação contaminantes presentes em matrizes de interesse ambiental. De forma geral, podemos dizer que toda a pesquisa a ser realizada na UFSJ contribuirá de forma geral para a população, pois a descontaminação ambiental é uma excelente forma de gerar saúde para toda a sociedade.
Coordena este projeto o Prof. Daniel Bonoto Gonçalves.